Veados, javalis
e outros perigos na estrada.
"O que provocou 1.500.000 acidentes e matou 150 pessoas, em 2006, nos Estados Unidos da América?
Não foi o álcool nem o excesso de velocidade mas sim os veados."
DN, 4-5-2007
Uma hipótese:
http://www.youtube.com/watch?v=YazfuCBDnC4
O caso não é tão grave assim em Portugal, com a referida espécie, mas começa a ser preocupante, em algumas zonas do país, o caso do javali.
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Javalis estão a 'atropelar' automóveis no Alentejo
ROBERTO DORES, Évora
O perigo espreita com o cair da noite nas estradas do Alentejo. Javalis, entre os 80 e os cem quilos, estão a atravessar-se no caminho dos automobilistas. No concelho de Montemor-o-Novo os embates violentos já mandaram carros para a sucata e provocaram despistes. Há registo de dois feridos graves.
Em Abril, Vicente Bicho, dono de uma empresa de reboques em Montemor, foi chamado sete vezes a sinistros provocados por javalis. E desde o princípio do ano? "Já lhe perdi a conta", responde. Além da chapa amolgada, são muitas as viaturas que ficam sem andar, mas só os proprietários com seguro de danos próprios (cobertura contra todos os riscos) têm direito a indemnização. Os restantes ficam com o prejuízo, porque, como o animal é selvagem, não há responsáveis pelos estragos, sendo considerado como uma "causa natural", segundo explicou uma fonte da GNR, admitindo que, por isso, grande percentagem dos acidentes nem sejam comunicados às autoridades.
O proprietário da empresa de reboques aponta quatro locais perigosos: São Cristóvão, as estradas entre Ciborro e Brotas, Lavre e Ciborro e entre Montemor e Arraiolos, em plena EN4 (Lisboa-Espanha). António Bicho diz que vai frequentemente a estes locais rebocar viaturas "completamente destroçadas." Na maioria dos casos os javalis sobrevivem aos embates, colocando-se em fuga.
"Já têm havido despistes e gente ferida. Nos últimos tempos houve dois feridos graves", diz. A versão é confirmada pelos bombeiros de Montemor-o-Novo. O seu comandante, João Coelho, diz mesmo que a situação "é preocupante e cada vez mais ameaçadora".
Este é um fenómeno recente. O veterinário Luís Miguel Lopes explica que o facto de praticamente todo o Alentejo estar coberto por reservas de caça, limitando o abate de javalis "a algumas montarias, que são caras e não dão para todos", deixa uma grande margem à multiplicação daquela espécie suína. "Hoje há o triplo de javalis, comparando com há dez anos", assegura. Jacinto Amaro, presidente da Federação Nacional de Caçadores, garante que os javalis estão a fugir para as zonas de regadio, depois dos fogos e das secas que marcaram os últimos anos. "Estão a procurar os vales do Tejo, Guadiana e Sorraia, onde hoje se fazem as melhores montarias, quando dantes era na zona da raia, em Mértola. O problema é que aqui há mais estradas", refere o dirigente, justificando tratar-se de uma espécie que "percorre dezenas" de quilómetros à procura de comida e água.
"Eles passam por todo o lado, comem tudo. É um animal como não há. O seu único predador é o homem, mas não estamos a dar conta do recado." Quem o diz é António Faria, presidente da Junta de Freguesia de São Cristóvão, um dos locais onde todas as cautelas para evitar acidentes são poucas. Por isso, o autarca reclama do Estado autorização para "um maior controlo cinegético, para evitar situações mais graves", admitindo que as montarias que resultam no abate de 20 a 40 javalis "são insuficientes para resolver o problema."
DN, 6-5-2007, pág. 26
Javali atropelado vira almoçarada
A condutora de um automóvel que quarta-feira à noite seguia na Estrada Nacional 202, em Monção, não ganhou para o susto quando se deparou com um javali de "grande porte" em plena via. Acabou por embater no animal, provocando-lhe a morte. Ao todo são quase cem quilos de carne que agora darão de comer a quase 80 utentes de uma instituição de solidariedade do concelho.
O acidente deu-se depois das 22.30, junto à freguesia de Bela, concelho de Monção. A condutora, única ocupante da viatura, seguia no sentido Monção-Melgaço quando se deparou com o animal. Para além do susto, a condutora escapou ilesa, mas o acidente provocou, ainda, avultados danos materiais na viatura.
Quanto à carne do javali, como é hábito, foi entregue pela GNR a uma instituição de solidariedade social do concelho, no caso o Centro Paroquial e Social de Barbeita, e será servida numa refeição. "Talvez em Setembro, porque até lá já temos as ementas fechadas", explicou ao DN o presidente da instituição, o padre Américo Alves, que acolhe, em permanência 32 idosos, contando com mais 15 que frequentam o centro de dia e outros 30 no apoio domiciliário.
"Nos últimos tempos é a segunda vez que nos oferecem um javali. É bom para nós porque conseguimos dar uma refeição diferente e que não nos está acessível, aos nossos utentes", acrescentou o pároco. "Vamos ter de preparar o javali muito bem, é muita carne. Só para o tempero são precisas 48 horas", comentou Joselina Pereira, directora do Centro.
PAULO JULIÃO, Viana do Castelo
DN, 17-8-2007
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